Assoreamento do Rio Paraíba do Sul volta a preocupar pescadores

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Fotos: Vinnicius Cremonez /Matheus Almeida

O assoreamento do Rio Paraíba do Sul volta a preocupar a população, e principalmente os pescadores de São Fidélis, município que é o mais castigado pela pior estiagem da história. Desde junho do ano passado, produtores, agricultores e pescadores estão contabilizando prejuízos.

Rio Paraíba do Sul Foto Vinnicius Cremonez 1O SF Notícias já mostrou em várias reportagens, os estragos causados pela estiagem, e a redução no número de peixes, pois devido a seca, muitos não conseguiram se desovar no período da piracema.

Mais de um ano após o início da estiagem, a situação volta a preocupar, pois chegamos ao período de estiagem, e quase não choveu no verão. O Rio Paraíba do Sul voltou a baixar, e nesse domingo, segundo o Corpo de Bombeiros, marcava apenas 30 centímetros na vara de medição.

Para o ambientalista Aristides Soffiati, os rios da região sudeste do Brasil estão enfrentando a maior estiagem já registrada em tempos históricos. Segundo ele, a vazão reduziu-se de forma exagerada, e aestiagem, foi agravada pelo desmatamento, pelas barragens visando geração de energia elétrica e regularização do rio, e pela grande transposição para o Rio Guandu.

Nesse atual estado em que se encontra o rio, é possível atravessar o seu leito, com água abaixo da canela em alguns pontos. Perguntamos ao ambientalista, se chegaria ao ponto de ter que colocar máquinas dentro do rio para retirar a areia e abrir caminho para a água, pois em muitos trechos, já é possível ver o fundo do rio de um lado ao outro.

Rio Paraíba do Sul foto Vinnicius Cremonez 3Aristides disse que essa não seria uma solução definitiva, pois rapidamente os canis abertos entre São Fidélis e a foz vão se fechar pelo transporte de areia, pela pouca água do rio e pelo mar. Ao ser questionado se existiria algo que pudesse ser feito para que não chegasse numa situação pior, o ambientalista afirmou que a rj 158 rio paraíbasituação atual do Rio Paraíba, já é a pior, e que isso, é resultado de intervenções agressivas na bacia, pensando-se que nunca chegaríamos à aituação atual.

“Não se pode fazer milagre. Precisamos de uma cheia muito grande no próximo período de chuvas e de todo um trabalho paciente de reflorestamento de nascentes, de pontos de recarga e de margens. Além do mais, não se pode aceitar nenhuma barragem mais nos rios que forma a bacia do Paraíba do Sul. Estamos colhendo a tempestade dos ventos que semeamos”, concluiu Aristides Soffiati.

Vale lembrar que em janeiro, começam as obras da construção da usina hidrelétrica de Itaocara. Reveja as matérias sobre a construção da usina.

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