Em reunião com a população, lideranças discutem soluções para o Armando Vidal

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Fotos: Vinnicius Cremonez

Com 84 anos de funcionamento, Associação Hospitalar Armando Vidal, neste ano de 2015, vive um colapso em sua saúde.

 Com uma dívida de debate hospital 2dois milhões de reais, a unidade hospitalar diz que não possui recursos para manter os serviços de urgência, emergência e maternidade, e que passariam esses serviços  para a prefeitura, após a unidade romper o contrato que estaria em vigar até o dia 31 de dezembro de 2016. 

Para buscar uma solução debate hospital 10evitando assim o fechamento do único hospital do município, o vice presidente o hospital Nelson Navega e um dos médicos da unidade, Dr. Inavaldo Pontes, convidaram as autoridades políticas, religiosas, funcionários, médicos e a comunidade em geral, para debater a real situação financeira do hospital.

Durante as mais de duas horas de reunião, foram apresentadas ao público presente, as planilhas de contabilidade com os repasses e as despesas da entidade filantrópica, mas não foi mostrado a planilha com a folha de pagamento dos funcionários. Para se ter uma noção da dificuldade em quitar as dívidas, o hospital parcelou até 2 de fevereiro de 2028, um débito com concessionária responsável pelo fornecimento de energia elétrica, a Ampla, cuja a dívida é de R$ 192.242,58. Também foi parcelado até 25 de dezembro de 2017, uma dívida com a Unicred, o banco da Unimed. Com essa instituição, o Armando Vidal possui uma dívida de R$ 701.539,20, que seriam oriundos de empréstimos para pagar a folha salarial. Muitos, entre eles o próprio prefeito do município, alegam que os salários estão acima do normal, com funcionários ganhando cerca de R$ 13 mil.

A nossa Constituição Federal de 1988 revolucionou a questão da saúde em nosso país, estendendo o direito a saúde a todas as pessoas, e impondo ao Estado a obrigação de prestar a assistência integral à saúde. O artigo 196 é claro ao dizer que “A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para a promoção, proteção e recuperação”.

Mesmo com essa obrigação de fornecer saúde a população, e com tantos recursos públicos repassados ao hospital ao longo desses anos, o poder público e a atual gestão do hospital apresentaram um projeto durante a reunião desta quarta-feira, realizada no Salão Nobre do Colégio Estadual de São Fidélis. Segundo eles, a solução viável nesse momento, é pedir doações, ou seja, mais dinheiro para a população, para que seja quitada a dívida de dois milhões.

debate hospital 8“Temos 40 mil habitantes. Se cada um contribuir com R$ 50,00, conseguiremos quitar a dívida e manter o hospital vivo”, disse Claudinei Bragança, Secretário Municipal de Saúde. Segundo o próprio secretário, só neste ano, foram repassados ao hospital, R$ 7.330.102,50 (sete milhões trezentos e trinta mil, cento e dois reais e cinquenta).

debate hospital 14Durante um certo tempo da reunião, o público presente pode fazer perguntas, críticas, denúncias, como a falta de médicos e utilização de carimbos de médicos por acadêmicos. Entre as sugestões, está aumentar o número de associados, os quais contribuem mensalmente com o hospital, além de criar um portal da transparência, para a sociedade acompanhar o que está sendo feito com o dinheiro público. O Padre Gaspar, da Paróquia de Nossa Senhora Aparecida, aproveitou a oportunidade para dizer que o hospital não pode ser usado como instrumento de política.

Durante os próximos seis meses, a saúde do município está nas mãos do médico Inavaldo Pontes, representante do hospital, do representante do poder público, o secretário Idefonso Tito de Azevedo, e do representante escolhido pelo Ministério Público, Flávio Berriel Abreu. Eles terão que buscar soluções para manter o Armando Vidal com o coração pulsando, controlando e reduzindo os gastos, e garantindo a total transparência de tudo o que estiver sendo feito.

Nesta quinta-feira, será assinado o Termo de Ajustamento de Conduta, entre o hospital, a prefeitura e o MP, para que o grupo possa começar a trabalhar. Uma nova reunião deve ser marcada em breve, para continuar buscando as soluções para manter a Associação Hospitalar Armando Vidal funcionando.

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