Ministério da Saúde reduz uso da ‘vacina do Zé Gotinha’

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Fotos: arquivo – SF notícias

A mudança no calendário vacinal anunciada pelo governo nesta semana – que, entre outras medidas, determinou que a terceira dose da vacina contra poliomielite seja injetável em vez de oral – segue uma tendência mundial e uma recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS). O órgão tem a meta de eliminar o uso da gotinha até 2020 devido ao risco, ainda que extremamente raro, de essa vacina provocar a poliomielite em vez de proteger contra a doença. A ideia é substituí-la progressivamente pela versão injetável.

Hoje, existem duas vacinas contra poliomielite: a vacina oral de poliomielite (VOP), também conhecida como gotinha ou Sabin, e a vacina inativada de poliomielite (VIP), que é injetável e também conhecida como Salk.
A vacina oral foi responsável por erradicar a doença no país há mais de 20 anos após campanhas de vacinação protagonizadas pelo personagem Zé Gotinha. Ela é feita com vírus vivos atenuados e a injetável é feita com vírus inativados.

O problema é que, em situações muito raras, estimadas e uma a cada um milhão de crianças vacinadas, o vírus sofre uma mudança e passa a provocar a paralisia infantil, em vez de proteger contra a doença. Quando existem muitos casos de poliomielite em uma região, os benefícios da vacina oral superam em muito os riscos. Mas em situações como a do Brasil, em que não existe nenhum caso desde 1990, o ideal é substituí-la pela vacina injetável, que não apresenta risco de provocar a doença. De acordo com o planejamento da Iniciativa Global de Erradicação da Poliomielite, parceria da qual a OMS faz parte, a eliminação total da vacina oral deve ocorrer até 2020.

No Brasil, a vacina injetável entrou no Calendário Nacional de Vacinação em 2012 para substituir a gotinha na primeira e segunda dose do esquema vacinal. Com a mudança anunciada nesta semana, a vacina injetável passou a ser indicada também para a terceira dose. Por enquanto, a vacina oral continua sendo indicada para as duas doses de reforço. Segundo estudos, o risco de a gotinha provocar poliomielite é maior nas duas primeiras doses do esquema vacinal.

A Iniciativa Global de Erradicação da Poliomielite também planeja outra mudança ainda para esse ano: alterar a composição da vacina oral para que ela deixe de ser trivalente e passe a ser bivalente.

Fonte G1

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