Pesquisa feita em Macaé exclui presença de febre amarela no município

Fotos: divulgação

Desde 2015, a região serrana de Macaé e o Parque Atalaia vêm servindo de base de pesquisa de doutorado sobre a febre amarela silvestre, para a Fiocruz. A tese vem sendo produzida por Filipe Abreu e analisa o risco da reemergência da doença. O pesquisador esteve em Macaé e em outros municípios do Rio para investigação nas áreas de matas.O trabalho ainda está sendo concluído, mas já foi identificado que em Macaé, em específico, não foi encontrado sinal da doença.

Doutorando em Biologia Parasitária, o foco da pesquisa de Filipe é o mosquito, no caso, os gêneros Haemagogus e Sabethes, vetores da febre amarela silvestre. Já o vetor da febre amarela urbana é o Aedes aegypti.

– A gente pesquisa as espécies de mosquito e os tipos de primata que vivem nas matas do Rio. Os macacos são hospedeiros e um sentinela da doença para nós. Quando há mortes de primatas, é preciso identificar para que as pessoas daquela região sejam vacinadas. Isso é o que chamamos de epizootia. Quando eles morrem primeiro, isso é um indicativo de que pode ocorrer febre amarela na região. No Rio, a gente queria fazer um levantamento dos tipos de mosquito, macacos, condição das mata, relevo, temperatura, para ver se tem risco e de onde seria essa entrada – explicou o doutorando.

Em Macaé, Filipe esteve na região serrana, no Sana, e no Parque Atalaia, locais onde a mata atlântica é bem conservada.

– Encontramos os vetores em todo o Estado, mas os testes mostraram que nenhum deles estava infectado. Estivemos nos locais em maio de 2015 e depois em fevereiro de 2016, mas continuamos sempre em contato com o pessoal, quando aparece alguma espécie de primata, por exemplo. Analisamos um sagui e um bugio, que apareceu atropelado na estrada. Fizemos os testes e não tinham evidência da doença – relembrou, ressaltando o apoio que recebeu da equipe do Parque Atalaia, da Guarda Ambiental e do Conselho Gestor da Área de Proteção Ambiental (APA) do Sana.

A pesquisa prosseguirá até 2019, quando a tese será concluída e apresentada.

Segundo explica a Fiocruz, a febre amarela é uma doença infecciosa grave, causada por vírus e transmitida por vetores. As primeiras manifestações da doença são repentinas: febre alta, calafrios, cansaço, dor de cabeça, dor muscular, náuseas e vômitos por cerca de três dias. A forma mais grave da doença é rara e costuma aparecer após um breve período de bem-estar (até dois dias), quando podem ocorrer insuficiências hepática e renal, icterícia (olhos e pele amarelados), manifestações hemorrágicas e cansaço intenso. A maioria dos infectados se recupera bem e adquire imunização permanente contra a febre amarela.

A infecção acontece quando uma pessoa que nunca tenha contraído a febre amarela ou tomado a vacina contra ela circula em áreas florestais e é picada por um mosquito infectado. Ao contrair a doença, a pessoa pode se tornar fonte de infecção para o Aedes no meio urbano. Além do homem, a infecção pelo vírus também pode acometer outros vertebrados. Os macacos podem desenvolver a febre amarela silvestre de forma inaparente, mas ter a quantidade de vírus suficiente para infectar mosquitos. Uma pessoa não transmite a doença diretamente para outra.

Como a transmissão urbana da febre amarela só é possível através da picada de mosquitos Aedes aegypti, a prevenção da doença deve ser feita evitando sua disseminação. Os mosquitos criam-se na água e proliferam-se dentro dos domicílios e suas adjacências. Qualquer recipiente como caixas d’água, latas e pneus contendo água limpa são ambientes ideais para que a fêmea do mosquito ponha seus ovos, de onde nascerão larvas que, após desenvolverem-se na água, se tornarão novos mosquitos. Portanto, deve-se evitar o acúmulo de água parada em recipientes destampados.

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