População comete crime ao usar grupos de WhatsApp para alertar sobre blitz e prejudica o serviço da polícia

Conduta pode ser considerada criminosa adequada ao tipo penal do Artigo 265 do Código Penal Brasileiro. Trata-se do crime de atentado contra a segurança de serviço de utilidade pública
Fotos: SF Notícias

A Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro tem sido alvo de muitas críticas por parte da população fluminense, mas ao invés de contribuírem denunciando, moradores de várias cidades da nossa área de cobertura, usam grupos de WhatsApp para alertar onde estão acontecendo as operações, e acabam prejudicando o serviço de uma tropa que lida com diversas dificuldades devido à falta de estrutura não oferecida pelos governantes.

Com o aumento da violência, principalmente com o emprego de motos em condições irregulares em assaltos, roubos e homicídios, a polícia passou a intensificar as blitz, mas essas ações acabam sendo prejudicadas pelos alertas em grupos nas redes sociais.

Em algumas postagens, eles classificam os policiais como palhaços. “Patati Patatá na Avenida 28 de março”, postou um morador de Campos. Em outros grupos, eles chamam as blitz de festas, como essa postagem em um grupo de Nova Friburgo. “Festa na principal de Olaria”.

Para o coronel Eduardo Vaz Castelano, comandante do 11º Batalhão de Polícia Militar de Nova Friburgo, que é responsável pela segurança em Bom Jardim, Cordeiro, Cantagalo, Duas Barras, Macuco, Santa Maria Madalena e Trajano de Moraes, “isso é um desserviço à sociedade”.

“O desinteligente que tem uma atitude dessas quer o quê com isso? Mal sabe ele que aquela informação está chegando ao conhecimento e ajudando pessoas que estão no mundo do crime. É ao marginal que interessa esse tipo de informação. Essas pessoas que passam esse tipo de informação e/ou participam desses grupos estão cometendo o crime de CORRUPÇÃO sem perceberem. E o pior de tudo é que estão alimentando e municiando a arma do criminoso que poderá mata – lo. Ou seja, poderá com uma atitude dessas se transformar na próxima vítima daquele marginal que foi informado por ele mesmo. E precisam entender que a polícia é uma instituição que existe para protegê-lo do perigo e as operações policiais são um mecanismo para isso acontecer. Logo, devem ser apoiadas e devemos torcer para que elas aconteçam cada vez mais e mais”, disse Castelano.

Segundo o advogado Manoel Roma, utilizar as redes sociais para avisar sobre blitz de trânsito pode ser considerada conduta criminosa adequada ao tipo penal do Artigo 265 do Código Penal Brasileiro. Trata-se, a hipótese, do crime de atentado contra a segurança de serviço de utilidade pública, cuja pena cominada é de reclusão de um a cinco anos e multa. É figura criminosa de muitas controvérsias, mas, em tese, o comportamento pode ser adequado a este tipo penal.

“Vale ressaltar que, essa atitude pode se voltar contra a própria pessoa. Aquele criminoso ou foragido que conseguiu escapar de uma blitz por uma informação no whatsapp ou rede social, pode cometer crimes de roubo, furto e assalto contra a mesma pessoa que passou a informação pelas redes sociais”, disse o advogado.

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