Servidores do DEGASE de Campos denunciam situação caótica de insalubridade

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Fotos: Divulgação.

No dia 23 deste mês, funcionários do Centro de Socioeducação Professora Marlene Henrique Alves, unidade de internação provisória e internação do Departamento Geral de Ações Socioeducativas (Novo DEGASE), situada em Itereré, em Campos dos Goytacazes, procuraram o Sindicato dos Servidores do Departamento para denunciar a situação insustentável do local, que atualmente registra 254 jovens internos, tendo capacidade para apenas 80. Segundo dados divulgados, 15 agentes se revezam por dia no local. Indignados, os servidores mostraram flagrantes em fotos e vídeos de diversas situações a que estão expostos permanentemente, assim como os internos.

De acordo com os funcionários, atualmente há um surto de escabiose (sarna humana) na unidade, agravada pelas condições precárias de higiene provenientes da falta de água crônica. Todos os internos de um dos módulos da unidade (módulo 2) estão fazendo uso do medicamento Ivermectina, utilizado como auxiliar no tratamento da sarna humana, mas o medicamento principal para o combate, a Permetrina, não está sendo administrado nos internos por falta de disponibilidade.

2Não há água suficiente para internos e funcionários. Desde a inauguração do Centro, problemas diversos como vazamentos na caixa de esgoto construída e que contamina a cisterna da unidade, racionamento de água, rachaduras na cisterna e na tubulação do local, além de vazamentos no encanamento da construção, que tem menos de quatro anos de existência, tornam tarefas como banho, descarga e lavagem de roupas e alimentos, tarefas arriscadas e cada vez mais raras. Para utilizar a descarga – quando há água disponível – os funcionários precisam encher baldes de água. Devido ao problema da falta d’água, as roupas dos menores não são trocadas semanalmente, o que deixa o local com péssimo cheiro e ainda mais insalubre.

Também foi relatado sobre a ausência de papel higiênico, manutenção, sacolas para descarte de materiais médicos, que também está sendo feito em baldes ao ar livre, luvas para a realização de curativos (muitos menores chegam com ferimentos provocados por tiros e acidentes com veículos). Não há mais médico disponível na unidade, que para realizar todo o atendimento médico, conta apenas com técnicos de enfermagem e enfermeiros de plantão, contrariando a lei que determina a presença de pelo menos um médico para realizar atendimentos necessários, após uma triagem da equipe de enfermagem. O último profissional disponível pediu exoneração ao ser aprovado em concurso mais atraente.

Além de todos os problemas crônicos, os funcionários registraram a presença de animais no interior do terreno da unidade, que foram colocados pela direção para pastar e tentar controlar o excesso de mato no local. Porém, como os animais não são tratados, ficam perambulando pela unidade, que está repleta de fezes, além de contribuírem para disseminar ainda mais doenças no local. Os animais chegam a entrar nos módulos onde os internos convivem.

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