As unidades de saúde públicas do Estado do Rio terão que oferecer gratuitamente testes sorológicos para diagnóstico de contaminação pelo vírus HTLV. Este vírus pode ser transmitido por relações sexuais e está relacionado a doenças neurológicas graves e a leucemia. A determinação é do projeto de lei 97/11, do ex-deputado Paulo Ramos, que a Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) aprovou na quarta-feira (10/04), em primeira discussão. O texto ainda será votado pela Casa em segunda discussão.
A proposta determina que todas as gestantes atendidas no serviço público realizem o teste. Também determina que pessoas soropositivas diagnosticadas com doenças decorrentes da infecção pelo vírus HTLV receba tratamentos em centros especializados.
O HTLV é um retrovírus da mesma família do vírus HIV, que infecta a célula T humana, um tipo de linfócito importante para o sistema de defesa do organismo. Existem dois tipos desse vírus: o HTLV-I e o HTLV-II. O primeiro está associado a doenças graves neurológicas degenerativas, como a paraparesia espástica tropical, e a doenças hematológicas, como a leucemia e o linfoma de células T humana do adulto (ATL). Além de poder levar a polimiosites, poliartrites, uveítes e dermatites. Já quanto ao segundo tipo ainda não foi cientificamente comprovada qualquer ligação com doenças.
“Esse vírus, assim como o vírus HIV, pode ser transmitido por relação sexual com uma pessoa infectada, pelo sangue e agulhas contaminadas e por meio da mãe ao recém-nascido, principalmente pelo aleitamento materno. Inúmeras pessoas podem ser contaminadas e nunca terem desenvolvido os sintomas. Mas é importante o tratamento pois as doenças causadas pelo vírus podem gerar paralisia, anemia e até cegueira”, explicou.